Tudo é mais simples do que muitos pretendem fazer parecer e não vale a pena perdermos tempo com bizantinices. Basta lembrar os termos em que, no dia 13 de Julho de 2007, o blogue de apoio a António Costa terminava o seu apelo ao voto no candidato socialista:
«Ninguém pode querer a continuação da degradação da qualidade de vida em Lisboa, da perda de população, da deterioração do património edificado, da delapidação de recursos financeiros: em suma da falta de projecto e de ambição para uma cidade que tem condições naturais únicas para ser uma das principais capitais europeias».
É um parágrafo admirável de tão actual. Mais de dois anos depois não há um único problema - entre os vários mencionados no parágrafo acima - que tenha sido resolvido por este executivo camarário. António Costa tem passado e passará toda a campanha com um discurso assente numa desculpa recorrente: Não teve tempo para fazer o que quer que fosse, de tão ocupado que esteve a «arrumar a casa». A desculpa não colhe e é - literalmente - de mau pagador,
Em lugar de «arrumar a casa» o actual presidente da CML aumentou o passivo e continua a pedir empréstimos; Dividiu as dívidas em prestações, deixando para si os louros e para pagantes futuros os juros; Mentiu descaradamente no seu panfleto, anunciando uma redução de despesa que não existiu, quando na realidade aumentou a despesa corrente e reduziu ligeiramente a de capital, algo aliás simples de atingir-se dada a ausência de investimento e obra.
Como teve ocasião de observar Pedro Santana Lopes no final do debate a dois na SIC, do qual saiu claramente vencedor, António Costa mais parece o menino que garante aos pais ter arrumado o quarto, quando na realidade se limitou a atafulhar os brinquedos debaixo da cama.
Na verdade, hoje como ontem não existe uma visão nem uma ambição socialistas para o Governo da cidade. Não existe obra feita de relevo em Lisboa, o património continua aos caídos e o trânsito é um caos que Deus nos livre. Como se não bastasse, na lista de Costa acumulam-se inimigos fidagais, cada um com o seu contraditório "plano" ou "projecto". Aliás, é de "planos" e "projectos" - todos eles candidatos ao Prémio Gaveta ou ao Concurso Maquete Mai' Linda - que vivem e nadam eles e elas como peixinhos na água.
Hoje, 12 de Agosto de 2009, escrevo neste blogue porque: «Ninguém pode querer a continuação da degradação da qualidade de vida em Lisboa, da perda de população, da deterioração do património edificado, da delapidação de recursos financeiros: em suma da falta de projecto e de ambição para uma cidade que tem condições naturais únicas para ser uma das principais capitais europeias». No fundo, escrevo aqui graças a António Costa. Não fosse Lisboa estar como está e até lhe dizia «Obrigado».
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