Câmara de LISBOA permitiu que sessenta autocarros por hora passassem junto a este café emblemático do Terreiro do Paço, afastando clientes e diminuindo receitas
George Steiner, no seu livro, "Uma Certa Ideia de Europa", editado em Portugal pela Gradiva, dá-nos de forma eximia uma explicação cheia de sentido, de como os cafés e os espaços afins equiparados, ao longo dos séculos, deram um contributo inestimável para a construção da identidade europeia e de muitos dos povos e culturas dos vários países.
Locais de encontro, de convívio, de partilha, de discussão, de alegria, de tristeza, de leitura, de reflexão, de escrita, de degustação, de bebida, de decisões relevantes e menos relevantes, os cafés moldaram (e em menor escala ainda hoje moldam) a nossa cultura, a nossa maneira de ser e de estar, a nossa língua, a nossa vida. O café (restaurante) Martinho da Arcada, aberto há mais de 200 é neste momento, infelizmente, bem o exemplo de como George Steiner deveria ser ainda mais lido e ouvido, para se perceber a necessidade de não deixar morrer pérolas não só gastronómicas mas sobretudo literárias e culturais do género. Espaços como este não podem, nem devem "morrer" como se fossem apenas e só mais um estabelecimento de restauração. Antes pelo contrário. A nossa sociedade (dita civil?) tudo deve fazer para mobilizar alguns dos poderes públicos que tenham na sua orbita de responsabilidades a possibilidade de não fazer o que foi feito pela autarquia de LISBOA - que foi na prática permitir que sessenta autocarros por hora passassem junto a este café emblemático do Terreiro do Paço, afastando clientes e segundo o seu proprietário dando origem a perdas de cerca de 40% das suas receitas.
Esta semana, inicia-se um ciclo de tertúlias para mediatizar este problema do Martinho da Arcada. Com vários temas e personalidades. A primeira tertúlia será sobre a "Portugalidade de LISBOA". Outras se seguirão. O que importa é que o Martinho da Arcada seja salvo, revitalizando-o e que o seu "caso" e "exemplo" sirva para chamar a atenção de outros casos semelhantes ao seu. Para que por exemplo LISBOA tenha um roteiro de cafés, restaurantes e livrarias culturais, que se assumam como uma marca e um instrumento diferenciador a este nível. Para nacionais e estrangeiros.
Só é pena é que ainda pouca gente acredite verdadeiramente nas obras de revitalização, do Terreiro do Paço que se vão iniciar em Setembro deste ano e só terminarão daqui a um ano. Mas isso fica para uma outra oportunidade.
Feliciano Barreitas Duarte
Jornal Notícias, 31-08-2009
" Sou um utente entusiástico de Monsanto. A sua reabilitação é uma das obras emblemáticas de Santana Lopes. Provavelmente, votarei nele e acho que vai ser um bom Presidente de Câmara"
Mário Crespo in Jornal "SOL"
Este é o sentimento que já se vai sentindo um pouco por toda a Lisboa. O sentimento de uma Lisboa que em tempos foi verdadeiramente feliz.
Gerir uma cidade deve ser, tem que ser, uma acção de permanente contacto com as pessoas. Os iluminados sentados num qualquer gabinete com ar condicionado devem ser rapidamente substituídos por quem realmente ouve a cidade.
Um líder nestes tempos que correm de crise, não é apenas aquele que fala mais alto, não é aquele que impõe um caminho. Um líder para uma cidade tem que ser alguém que envolva as pessoas, que as galvanize. Que as oiça!
Fala Lisboa, diz-nos o que queres e o sentido que deves tomar!
Afinal a Lisboa Unida não é assim tão unida...
Sra. Arquitecta o que é que se passa lá no seu quintal?
Quando o bem-estar e a comodidade são francamente afectados pelo "paternalismo da saúde" algo está mal.
O desporto deveria ser um complemento ao bem estar dos Lisboetas, a que a Câmara deveria ligar, mas sem ser enquanto imposição que possa afectar negativamente, nalguns casos concretos, o dia-a-dia dos que por cá trabalham, vivem ou apenas circulam. E é isso que se passa com a construção da ciclovia, por exemplo, no Bairro Azul que aqui foi notícia, mas que noutros locais também tem deixado as suas marcas.
Quem vive em determinados bairros, sobretudo naqueles que são calcorreados por milhares de pessoas e onde encontrar estacionamento é um caos, qualquer espaço retirado é visto como um roubo ao seu bem-estar. É visto como um empecilho. E as pessoas precisam de pensar no desporto como algo que lhes permita relaxar, não como algo que lhes roube horas de sono ou que lhes deixe o carro a quilómetros de casa.
Há formas de compatibilizar estacionamento com ciclovias e exemplo disso é essa fotografia de Florença que aqui deixo.
Ao que parece é já no próximo dia 3 de Setembro que o Conselho de Ministros aprova a transferência dos terrenos sob a jurisdição do Porto de Lisboa para a Câmara Municipal de Lisboa.
O que diriam os arautos da desgraça se Barroso tivesse feito o mesmo a Santana (ou este a Carmona) a pouco mais de um mês das Eleições Autárquicas?
O Plano Estratégico Nacional do Turismo, quando analisa outros destinos concorrenciais com os portugueses, a certa altura refere o seguinte:
«Igualmente importante tem sido o desenvolvimento de infra-estruturas que, pela sua existência, conseguem atrair mais turistas a uma região, sendo o exemplo mais flagrante o Museu Guggenheim, em Bilbau.»
Sendo certo que o Guggenheim tem valor pelo conteúdo cultural, não deixa de ser pertinente o factor arquitectónico do edifício como atractivo turístico.
Só por cá é que alguns teimam em não perceber a importância do envolvimento de um arquitecto como Frank Gehry num projecto na Cidade de Lisboa.
Aliás, perceber eles até percebem, mas custa-lhes a reconhecer que Pedro Santana Lopes é um político com visão.
Os meus três filhos, nascidos no Bairro Alto, quando chegaram à idade adulta não encontraram condições para viver neste seu espaço. Vivem todos longe do Bairro onde brincaram, onde foram à Escola e onde deixaram os pais e os amigos. A Câmara Municipal de Lisboa nunca teve tempo para olhar pela melhoria das condições de vida no nosso Bairro. Tinha e tem outras prioridades. No passado mês de Junho um residente no Bairro morreu de noite num sofá, incapaz de aguentar o ruído, a prepotência e os insultos dos proprietários de um bar instalado no seu prédio. Na Assembleia de Freguesia fiquei ao lado da viúva e percebi nos soluços a profundidade do seu drama. Em vez de fechar o bar a Câmara enviou os bloqueadores da Polícia Municipal para multarem os residentes que tinham colocado as viaturas no muro do Instituto de S. Pedro de Alcântara onde não há janelas nem portas. E, não contente com a carnificina dos bloqueadores no dia 16-6-2009, autorizou os bares a abrirem até mais tarde. Logo na primeira noite um rapaz morreu vítima de uma navalhada numa esquina. Depois de um idoso, vítima da ganância de uns e da estupidez de outros, morreu um jovem na flor da idade. Os donos dos bares não podem pensar que só eles existem a não ser que a Câmara Municipal já lhes tenha prometido transformar o Bairro num espaço sem ninguém. Assim como o Bairro das Meninas de Amesterdão. Eu estive lá em 1977. Os meus filhos foram expulsos do Bairro, a nós estão a dar cabo da vida para que a paisagem seja apenas povoada pela ganância e pela estupidez. O nosso Bairro que já foi espaço de vida é hoje campo de morte e será dentro de pouco tempo uma gaiola das malucas. Os dois mortos são a factura já paga.
Pedro Santana Lopes "Se vencer as eleições o Terreiro do Paço fica como estava antes".
Ora ainda bem, pois se por acaso ainda não passaram pela "frente ribeirinha" aproveitem para passar, mesmo em Agosto e sem ser em hora de ponta...depois passem a palavra do que viram...
A mandatária batoteira do PS que odeia caroços
Carolina Patrocínio, mandatária de José Sócrates para a juventude e apresentadora da SIC, deu uma entrevista ao programa Alta Definição, do mesmo canal, onde desvendou um pouco de si. Além de assumir que sofria o estigma de ter dinheiro, também transmitiu ao mundo que odeia caroços. " Só como cerejas quando a empregada tira os caroços e só como uvas sem graínhas. É uma trabalheira...".
A jovem de 22 anos ainda deixou um grande exemplo à juventude portuguesa: "Odeio perder. Prefiro fazer batota".
in Sábado
Está tudo dito. Uma jovem mimada que não consegue comer cerejas e uvas sem as suas "entranhas", a não ser preparadas pela empregada, é um bom exemplo que o PS dá à juventude. Por que não sermos todos assim, com uma bela empregada sempre à mão?
De salientar que Carolina Patrocínio anda a aprender alguma coisa com Sócrates: já faz batota. Só falta começar a aprender truques de ilusão...
Na típica leitura de sábado de manhã, ao folhear o Jornal Expresso, dei de caras com uma notícia que me fez relembrar os tempos das Associações de Estudantes.
É um caso típico do movimento estudantil, um qualquer ex-Presidente de uma Associação de Estudantes já com idade para trabalhar, sabe por outros que um miúdo que sempre foi melhor que ele pode ocupar o seu antigo lugar. Ainda por cima é o miúdo que ele próprio mandou embora da comissão de finalistas que estava a mexer-se demais. O que faz então o ex-Presidente da AE? Pega no telefone e liga a dois ou três delfins que lá deixou, sem muito jeito para a coisa e começa a tentar montar de fora uma candidatura.
Quantas vezes já se assistiu a este triste espectáculo? Quem não sabe sair tem estes problemas. E assim chegamos ao Dr. Jorge Sampaio na sua ridícula postura de "negociar uma coligação de esquerda para Lisboa".
Tanto medo Dr. Sampaio, tanto medo...
O engenheiro Abecassis era muito estimado pelas pessoas. Ser autarca é isso mesmo.
Está sublime! De facto, a coerência reina naquele saco de lista que é "Unir Lisboa"!
Cada vez mais faz falta dar sentido a Lisboa, deixem-se de coligações, ou acordos coligatórios, ou qualquer invenção bonita para jornal comprar!
É necessário que as pessoas voltem a acreditar. A Câmara Municipal tem que actuar, tem que agir para construir Cidade. Todos os dias, a todas as horas.
Pedro Santana Lopes
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